Em qualquer das suas modalidades, a animação adquiriu grande importância nas sociedades Ocidentais da actualidade. Este facto deve-se ao papel que tem vindo a desempenhar como metodologia e como prática no fomento da democracia. A Animação Sociocultural (ASC), em particular, emergiu das comunidades em determinadas circunstâncias históricas e muitos profissionais têm trabalhado na utopia da mudança social.
A finalidade de potenciar e de desenvolver as capacidades humanas de relação, de convivência e de inter-ajuda tem feito acreditar, como afirmam Quintas e Sánchez (1999:5) «que tudo é possível se as pessoas se reúnem para criar projectos comuns e participativos na procura de maior qualidade de vida e de um renovado bem-estar social». Parece haver uma necessidade generalizada de vivenciar a solidariedade e o compromisso. Como produtores de inquietude, os animadores têm-se mostrado vitalizadores do social.
Embora a actividade em si venha de tempos imemoriais, o termo foi utilizado pela primeira vez nos anos 60, na Europa, concretamente em França e na Bélgica, para designar um conjunto de acções com o objectivo de gerar a participação das pessoas na vida social. É neste sentido que, em 1994, no Livro Branco da Política Social, se refere a necessidade de recuperar o tecido social, substituindo uma solidariedade passiva e administrativa por uma solidariedade mais activa, baseada na responsabilidade civil.
A ASC, como elemento integrante das políticas sociais, intervém nas realidades sociais. Ou seja, apresenta uma dupla faceta. Por um lado, deve estar contextualizada, adaptada à realidade concreta sobre a qual se quer actuar. Por outro, o conceito de desenvolvimento que lhe está subjacente obriga a ter em conta, não a realidade que existe, mas aquela que os cidadãos desejam que exista.
Uma das características mais evidentes da ASC tem sido a sua ambiguidade. Esta questão decorre da existência de várias condições, entre as quais está o facto de a animação poder ser considerada uma profissão específica, mas também um estilo ou uma atitude de outras profissões. Outra está relacionada com o facto de o seu desenvolvimento ser caracterizado por dinâmicas e processos que irrompem constantemente em novos espaços individuais, grupais e sociais. Em consequência, a tarefa de delimitação conceptual vê-se submetida a permanente revisão. Por isso, o universo da ASC é amplo, muito diverso e de contornos bastante difusos. O que dificulta a tarefa de organizar ou de sistematizar os diferentes âmbitos, instituições, programas, actividades ou tipo de intervenção que configuram a sua realidade.
Outra característica da ASC é ter nascido e ter-se mantido em contacto íntimo com as realidades sociais concretas, o que a vinculou directamente ao campo de acção. Este predomínio da prática sobre a teoria foi constante na sua génese, configuração e desenvolvimento. Com a prática, geralmente, à frente da reflexão, o posicionamento metodológico da acção/reflexão/acção tornou-se predominante.
Assim, o percurso histórico, epistemológico e funcional da ASC confere uma identidade própria cujos pressupostos teóricos se concretizam em projectos aplicáveis em qualquer campo, sem atraiçoar a filosofia e o modelo de acção em que se inspiram.
Pode dizer-se que a ASC pressupõe:
Uma das características mais evidentes da ASC tem sido a sua ambiguidade. Esta questão decorre da existência de várias condições, entre as quais está o facto de a animação poder ser considerada uma profissão específica, mas também um estilo ou uma atitude de outras profissões. Outra está relacionada com o facto de o seu desenvolvimento ser caracterizado por dinâmicas e processos que irrompem constantemente em novos espaços individuais, grupais e sociais. Em consequência, a tarefa de delimitação conceptual vê-se submetida a permanente revisão. Por isso, o universo da ASC é amplo, muito diverso e de contornos bastante difusos. O que dificulta a tarefa de organizar ou de sistematizar os diferentes âmbitos, instituições, programas, actividades ou tipo de intervenção que configuram a sua realidade.
Outra característica da ASC é ter nascido e ter-se mantido em contacto íntimo com as realidades sociais concretas, o que a vinculou directamente ao campo de acção. Este predomínio da prática sobre a teoria foi constante na sua génese, configuração e desenvolvimento. Com a prática, geralmente, à frente da reflexão, o posicionamento metodológico da acção/reflexão/acção tornou-se predominante.
Assim, o percurso histórico, epistemológico e funcional da ASC confere uma identidade própria cujos pressupostos teóricos se concretizam em projectos aplicáveis em qualquer campo, sem atraiçoar a filosofia e o modelo de acção em que se inspiram.
Pode dizer-se que a ASC pressupõe:
a) uma concepção dinâmica do ser humano e do social;
b) indivíduos e grupos responsáveis e comprometidos na definição e na gestão da sua comunidade, e dos interesses e aspirações da mesma;
c) uma tecnologia participativa e ajustada a cada situação.
A ASC é muito mais do que um conjunto de práticas criativas e participativas. Implica uma filosofia de vida, uma concepção de Homem e de sociedade e, ao mesmo tempo, uma forma de fazer e de viver caracterizada por um projecto de pessoa e de sociedade na qual cada indivíduo constrói o seu próprio destino, com os outros, no contexto da sua comunidade.
Sobre o posicionamento do animador, as tendências têm oscilado entre um modelo de animador como «interventor», dando-lhe um sentido externo, no qual animar seria igual a «dar vida», e um modelo de animador como «mediador», com um carácter imanente, em que seria igual a «pôr em relação». Embora muitas vezes esta dupla função esteja interligada, é a partir da consciência destas diferentes posições que se pode desenhar a sua formação.
Nos diversos encontros europeus relacionados com Desenvolvimento, têm sido constantes as recomendações face à formação dos animadores. No caso da ASC, a sua existência, assim como a sua crescente demanda social em número cada vez maior de países, justifica a necessidade de estabelecer uma formação específica que possibilite a continuidade, consolidação e eficácia, uma vez passada a fase de espontaneidade, improviso e activismo. Ainda que a necessidade de articular a formação dos animadores seja consensual, existem dificuldades em delinear programas formativos comuns e específicos. Razão disto é a já referida heterogeneidade tanto ao nível das actividades e das funções, como da forma de as levar a cabo.
Outras preocupações estiveram subjacentes: o perfil dos técnicos de acção social e o seu enquadramento no mundo do trabalho, o nível etário dos alunos, a ideia generalizada de animação como «tábua de salvação» ou a omnipotência do desejo de resolução de «todos os problemas do mundo». Estes factores poderão estar na origem de questões posteriores relacionadas com a eficácia, o prestígio e a autenticidade da prática profissional.
Sobre o posicionamento do animador, as tendências têm oscilado entre um modelo de animador como «interventor», dando-lhe um sentido externo, no qual animar seria igual a «dar vida», e um modelo de animador como «mediador», com um carácter imanente, em que seria igual a «pôr em relação». Embora muitas vezes esta dupla função esteja interligada, é a partir da consciência destas diferentes posições que se pode desenhar a sua formação.
Nos diversos encontros europeus relacionados com Desenvolvimento, têm sido constantes as recomendações face à formação dos animadores. No caso da ASC, a sua existência, assim como a sua crescente demanda social em número cada vez maior de países, justifica a necessidade de estabelecer uma formação específica que possibilite a continuidade, consolidação e eficácia, uma vez passada a fase de espontaneidade, improviso e activismo. Ainda que a necessidade de articular a formação dos animadores seja consensual, existem dificuldades em delinear programas formativos comuns e específicos. Razão disto é a já referida heterogeneidade tanto ao nível das actividades e das funções, como da forma de as levar a cabo.
Outras preocupações estiveram subjacentes: o perfil dos técnicos de acção social e o seu enquadramento no mundo do trabalho, o nível etário dos alunos, a ideia generalizada de animação como «tábua de salvação» ou a omnipotência do desejo de resolução de «todos os problemas do mundo». Estes factores poderão estar na origem de questões posteriores relacionadas com a eficácia, o prestígio e a autenticidade da prática profissional.